quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

QUINOA

De origem andina e pesquisada em terras nacionais desde os anos 1990, só agora ela começa a cair no conhecimento . Especialistas assinam embaixo: esse alimento pode fazer maravilhas pela sua saúde .



Muita gente ainda nem ouviu falar dela, mas vem aos poucos conquistando mais espaço em restaurantes e lojas de produtos naturais. E quem ganha com isso, claro, é o consumidor. “Apreciada e até venerada pelos povos dos Andes, ela é uma refeição”, compara o cientista de alimentos Jaime Amaya Farfan, que coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação na Universidade Estadual de Campinas Brasil. “A quinua é muito completa em relação às quantidades de calorias, proteínas, gorduras e carboidratos”, justifica.

Experimentos com aves mostram que o pseudocereal — sim, do ponto de vista da botânica, apesar de parecida com os grãos integrais, é isso o que a quinua é — carrega substâncias capazes de melhorar o transporte de oxigênio pelas células do sangue. Isso, inclusive, justifica em parte a sobrevivência dos antigos exércitos andinos ao chamado “mal da altitude”, ou seja, jornadas de trabalho hercúleas sob as dificuldades do ar rarefeito.

Ah, sim: a quinua também é apelidada de espinafre com grãos. Isso por causa da proximidade entre as duas plantas.

Pesquisas recentes apontam que as fibras e a saponina, substância detergente que recobre a quinua, poderiam reduzir os níveis de colesterol produzido pelo fígado. Incluíla no cardápio seria também uma maneira de combater a obesidade. “Ainda faltam estudos que esclareçam todos os seus benefícios para a saúde”, pondera Farfan. Um sinal de que não são poucos.

Pergunte a qualquer especialista sobre quinua e ele provavelmente irá salientar a qualidade da proteína dessa semente, comparável à de alimentos de origem animal. O segredo não está na quantidade, mas no equilíbrio entre vários tipinhos proteicos que, juntos, oferecem quase toda sorte de matéria-prima de que o organismo precisa. “Por isso dizemos que têm alto valor biológico”, enfatiza a pesquisadora Ana Maria Costa, que examina as características nutricionais da quinua . A quinua agrega, por exemplo, a lisina e a metionina, aminoácidos encontrados na dupla arroz com feijão — famosos por serem uma espécie de combinação perfeita.

Outra faceta de dar inveja a qualquer cereal genuíno é a concentração de zinco, cálcio e ferro — esse último, suficiente para convencer os especialistas de que a quinua seria uma solução para casos de anemia. Sem falar nos indícios de que seus fitoestrógenos, que cumprem o papel de hormônios no organismo, ajudariam a afastar a osteoporose nas mulheres depois da menopausa.




Quem se beneficia mais com as qualidades da Quinua?

Todas as pessoas recebem os benefícios da Quinua quando a incorporam ao seu cardápio diário, mas algumas necessitam mais das qualidades desse cereal e tornam-se os públicos-alvo.
Vegetarianos restritos (que não consomem alimentos de origem animal, onde são encontradas as maiores fontes protéicas), atletas (que requerem um maior aporte de aminoácidos), celíacos (que são intolerantes ao glúten presente na farinha de trigo) e populações carentes de países pobres, formam o grupo mais bem auxiliado pelas propriedades da Quinua.

Usos da Quinua:

A Quinua pode ser encontrada sob a forma de flocos, grãos e farinhas, além de derivados como macarrão e barras energéticas.

As formas de preparo são variadas.

Os grãos, por exemplo, podem ser incorporados em saladas, bolinhos com legumes ou cozidos da mesma forma que o arroz, podendo substituí-lo.

Flocos podem ser consumidos, principalmente, nas preparações do café da manhã, acompanhando frutas, leite e iogurtes.

Já as farinhas podem fazer parte das receitas de massas, pães, bolos e tortas.

Entretanto, sua imaginação é essencial para criar receitas e agregar esse alimento ao seu dia-a-dia da forma que achar mais agradável.

Se, depois de ler tudo isso, você está se questionando sobre qual é a melhor forma de consumir a quinua para aproveitar tantos atributos, saiba que não existe consenso. “Em princípio, o grão conservaria melhor os nutrientes do que derivados como a farinha”, aponta a nutricionista Cristiane Lorenzano.

Nem é preciso dizer que todas as recomendações só farão efeito se a ingestão de quinua for acompanhada de hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada e a prática de atividade física.


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